Planeta Palavrão (Adulto)
- Barbara Passeri
- 20 de set. de 2023
- 5 min de leitura
Atenção esse texto contém palavrão se você não gosta, VÁ ler outra coisa!
A nave tinha se perdido de sua rota. Meses já vagando no espaço. A comida já havia acabado. A astronauta P e o astronauta Q estavam desesperados. Quando suas forças estavam chegando ao fim, eles não podiam acreditar no que estavam vendo. Só podia ser uma alucinação, devido aos dias de fome e desespero. Eles se olharam e falaram juntos: - É um planeta! - Como pode ser um planeta? – Perguntou Q - Eu não sei – É totalmente desconhecido! – Disse P Ao mesmo tempo que estavam eufóricos com a descoberta, do que parecia um novo planeta, estavam morrendo de medo, pois não sabiam se existia vida ali e como seria. Resolveram descer com a nave. Conforme foram se aproximando do solo, viram escrito em uma placa: “Sejam bem fodidos” Leram mais de uma vez, pra ver se não tinham entendido errado, “Sejam bem fodidos” – dizia a placa. Q olhou espantado para P e falou: - Como assim? Que placa é essa? Existe gente aqui? Falam a nossa língua? - Parece que sim, mas um palavrão desse na placa de entrada? A nave pousou e um dos habitantes estava se aproximando. Ele parecia humano. Quando os astronautas abriram a porta deram de cara com ele. Logo Q foi dizendo alto: - Estamos em paz, viemos da terra! – Repetiu 3 vezes! Mas o habitante parecia não entender muito bem. Ele não entendia direito o que o astronauta dizia, mas pela expressão corporal, sentiu que não oferecia ameaça. Abriu os braços e disse: - Sejam bem fodidos – Com sorriso no rosto. Os astronautas não entendiam nada. Porque ele estava ofendendo-os? E continuou a falar: - “Sejam bem fodidos! Não tenham piru! Somos filhos da puta”. P e Q não acreditavam no que estavam ouvindo. Pensaram, que azar logo a primeira pessoa do planeta parece doida. Desceram da nave e com sorriso amarelo foram apertando o passo e desviando do louco. Conseguiram despistar o habitante e foram em busca de outras pessoas e de conhecer esse novo planeta. P falou: - Apesar do nosso primeiro contato ter sido com um doido, temos que comemorar! Encontramos um novo planeta e com humanos. E, estamos respirando sem dificuldade, isso é um máximo! – disse Q. Enquanto caminhavam eufóricos a procura de outras pessoas. Viram uma placa que dizia: - 5KM Casa do Caralho - - Pera ai! Palavrão de novo? - questionou Q. - Isso é uma piada daqui só pode! - disse P Não tinham opção. Seguiram até a Casa do Caralho. Chegando lá era uma casa, que vendia coisas da cidade. Lembranças. (Tipo aquelas lojinhas pra ‘turista”) Ao entrar na loja, logo viram na parede o mapa da cidade e descobriram seu nome: “Cidade da Buceta” Conforme foram andando pela loja, não acreditavam no nome que davam as coisas: Mapa se chamava - badalhoca. Canetas - pentelhos Ímã de geladeira – Ímã de cu Muitas palavras eram iguais as da Terra, mas outras eram palavrões. Seria uma brincadeira daquela cidade? – pensavam. Enquanto os astronautas morriam de rir, lendo o nome das coisas que vendiam na casa, a vendedora apareceu e perguntou: - Posso cagar? P morrendo de rir disse baixinho ao ouvido de Q. Acho que ela quis dizer: - Posso ajudar? Q nem ousou responder com palavras apenas balançou a cabeça em sinal de sim. Uffa! esse sinal de sim com a cabeça era igual. Como vamos nos comunicar com ela? Se o que era palavrão parece ser uma palavra comum. E se usarmos uma palavra comum que aqui pode ser palavrão? – falou P. P teve uma ideia: - Precisamos achar livros deles! Foram olhando a loja com bastante atenção até que acharam. Apontaram para o livro para a vendedora, que estava super confusa, com esses clientes que riam de tudo. A vendedora entendeu que queriam ir a sessão de livros e os levou. Antes de sair ela disse: - Fiquem de quatro! E saiu. Eles riram e procuraram vários livros até que viram um que parecia ser um dicionário ilustrado. Foi a sorte. Lá estavam várias palavras e suas imagens. Eles foram lendo e viram que o homem que os recebeu, não era doido. Estava apenas desejando boas-vindas na língua desse planeta. E agora como eles iam se comunicar? Estavam morrendo de fome! Como iriam conseguir ajuda? E o livro? - Eles precisavam dele, como iam pagar? Era dinheiro? Muitas perguntas... Pegaram o livro e levaram até o balcão. Por alguma razão a vendedora tinha sumido. Sim ela tinha sumido, porque no jornal da tv apareceu um aviso importante que haviam encontrado uma nave espacial vazia e que todos tomassem cuidado. Não sabiam se havia tripulação e qual era a intenção de pousarem. A vendedora tinha ido correndo buscar sua filha no colégio, preocupada de estar em perigo. Tiveram mesmo que roubar o livro. Saíram da casa do Caralho e foram atrás de encontrar o que comer. Viram uma lanchonete com a logo com a letra M. O nome era: Lanchonete Merda. Entraram já rindo muito. E com a ajuda do dicionário ilustrado fizeram o pedido. Para comer: 2 Hamburguer de bosta 2 Batata frita Para beber: 2 rôlas grandes Enquanto o pedido estava sendo preparado eles ouviam a conversa da mesa ao lado: - Que porra maravilhosa! Precisamos de um rôla pra comemorarmos. É por minha conta. Tá liberado hoje a suruba! O que isso que eles estão falando Q? Foram tentando descobrir, com o dicionário e era mais ou menos assim a tradução: Que notícia maravilhosa! Precisamos de uma bebida para comemorarmos. É por minha conta. Tá liberado hoje a sobremesa! Olhando o dicionário eles foram vendo outras palavras, Olá – Foda Tchau – Pica Carro – Cacete Telefone – Escroto Muitas palavras eram iguais a da terra, mas muitas outras eram palavrões usados em objetos, cumprimentos, etc. E o que seria então palavrão lá? Bem, eles comeram e saíram correndo, porque não tinham o dinheiro, foram atrás de alguma autoridade para ver se conseguiam ajuda. Depois de andarem bastante, viram um local com pessoas com uniformes iguais, que pareciam ser da polícia de lá. Com medo foram entrando e pediram ajuda a um oficial, apontando as palavras no dicionário ilustrado. O oficial não acreditava no que ouvia. Estava de frente com os tripulantes da nave que todos estavam falando na tv. Percebeu que falavam parecido com ele, mas com diferenças em algumas palavras. Passaram algumas horas tentando se entenderem. Até que os astronautas disseram que ficaram surpresos que eles usavam palavras que na terra eram palavrões, ou seja, palavras feias, obscenidades, porcarias. Com muita dificuldade P perguntou se lá eles não tinham palavrões. O oficial disse que sim, e puxou a lista de palavrões daquele planeta: Racismo Homofobia Machismo Fascismo Miséria Ditadura Misoginia Etc ... O oficial disse, são essas palavras que achamos horríveis, obscenas e vergonhosas. Os astronautas viram que seus significados eram os mesmos da terra. A graça acabou naquele momento. Conversaram um pouco mais, ambos contaram como eram os seus planetas. Ao final da longa conversa conseguiram pedir ajuda com a nave para que pudessem retornar a terra. A nave tinha as iniciais dos astronautas, P e Q e agora levava também a inicial do oficial que os ajudou a retornar a terra seu nome era oficial P. PQP estava voltando para casa.
Ajudando a traduzir: Sejam bem fodidos – Sejam bem vindos Não tenham piru! Somos filhos da puta – Não tenham medo! Somos amigos Casa do Caralho – Casa do presente Cidade da buceta – Cidade da luz Fiquem de quatro – Fiquem à vontade Merda - Delícia
Bosta - Carne
Rôlas – Bebidas





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